21.3.13

Trotes machistas e racistas nas universidades

Repudiamos qualquer trote de teor machista e racista nas universidades. Abaixo nota de repúdio da União da Juventude Rebelião sobre o caso.

Contra o racismo e o machismo nos trotes das universidades!

trote_ufmgDois lamentáveis eventos, ocorridos em renomadas universidades brasileiras, chamaram a atenção da opinião pública na realização de trotes no início das aulas do ano letivo de 2013.
No início do mês, na cidade de São Carlos, os calouros da USP ficaram nus numa tentativa de hostilizar estudantes que questionavam a realização do chamado “miss bixete”, espécie de concurso em que as calouras eram obrigadas a mostrar o corpo para os veteranos. Além de simulação de sexo com boneca inflável, concurso simulando sexo oral e vários xingamentos,  hostilizando todos os presentes.
Nessa semana, na renomada Faculdade de Direito da UFMG, foi com uma inaceitável prática de racismo e apologia ao nazismo que os calouros receberam as boas-vindas. Uma estudante estampava a placa de “Caloura Chica da Silva” sendo arrastada pela faculdade por uma corrente, e um grupo de veteranos, após amarrar um estudante com fita numa pilastra da faculdade, fazia a saudação nazista, entre eles um com um bigode imitando Hitler.
Jovens simularam sexo com boneca inflávelOs trotes são uma prática relativamente comum no Brasil. Em várias universidades, e mesmo em equipes esportivas, nas forças armadas, é comum notícias de atividades que separam calouros e veteranos e da aplicação de tarefas que marquem o rito de passagem. No entanto, em vários casos esses trotes são marcados por agressões, humilhações, preconceito e até mesmo morte. Sendo assim, não contribuem em nada com a integração, pelo contrário, reproduzem rituais autoritários e antiquados.
Caracterizar os episódios ocorridos na USP em São Carlos, e na UFMG de trotes só serve para amenizar os crimes cometidos nessas recepções aos calouros. Se trata de crimes, previstos em Lei, tanto de racismo como de discriminação. Os muros da universidade não podem servir para esconder a realidade, e não há nada que justifique esses comportamentos.
Um dos organizadores do “trote” em Belo Horizonte chegou a afirmar, num canal de televisão, que não é uma questão de racismo, pois “temos amigos negros e o mascote da atlética é uma macacão(?)”.
A União da Juventude Rebelião repudia esses atos e convoca a juventude à combater o machismo e o racismo, seja nas universidades, seja em toda a sociedade. Precisamos de atividades que integrem os estudantes e unam a comunidade universitária na luta por uma universidade pública, democrática, gratuita e de qualidade!
Abaixo os trotes machistas e racistas!
Pela união da juventude na construção de um Brasil livre da opressão e do capitalismo!

Fonte: www.rebeliao.org/2013/03/20/racismo-e-machismo-nos-trotes-das-universidades/

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