Contra o racismo e o machismo nos trotes das universidades!
Dois lamentáveis eventos, ocorridos em renomadas
universidades brasileiras, chamaram a atenção da opinião pública na
realização de trotes no início das aulas do ano letivo de 2013.
No início do mês, na cidade de São
Carlos, os calouros da USP ficaram nus numa tentativa de hostilizar
estudantes que questionavam a realização do chamado “miss bixete”,
espécie de concurso em que as calouras eram obrigadas a mostrar o corpo
para os veteranos. Além de simulação de sexo com boneca inflável,
concurso simulando sexo oral e vários xingamentos, hostilizando todos
os presentes.
Nessa semana, na renomada Faculdade de
Direito da UFMG, foi com uma inaceitável prática de racismo e apologia
ao nazismo que os calouros receberam as boas-vindas. Uma estudante
estampava a placa de “Caloura Chica da Silva” sendo arrastada pela
faculdade por uma corrente, e um grupo de veteranos, após amarrar um
estudante com fita numa pilastra da faculdade, fazia a saudação nazista,
entre eles um com um bigode imitando Hitler.
Os trotes são uma prática relativamente comum no Brasil.
Em várias universidades, e mesmo em equipes esportivas, nas forças
armadas, é comum notícias de atividades que separam calouros e veteranos
e da aplicação de tarefas que marquem o rito de passagem. No entanto,
em vários casos esses trotes são marcados por agressões, humilhações,
preconceito e até mesmo morte. Sendo assim, não contribuem em nada com a
integração, pelo contrário, reproduzem rituais autoritários e
antiquados.
Caracterizar os episódios ocorridos na
USP em São Carlos, e na UFMG de trotes só serve para amenizar os crimes
cometidos nessas recepções aos calouros. Se trata de crimes, previstos
em Lei, tanto de racismo como de discriminação. Os muros da universidade
não podem servir para esconder a realidade, e não há nada que
justifique esses comportamentos.
Um dos organizadores do “trote” em Belo
Horizonte chegou a afirmar, num canal de televisão, que não é uma
questão de racismo, pois “temos amigos negros e o mascote da atlética é
uma macacão(?)”.
A União da Juventude Rebelião repudia
esses atos e convoca a juventude à combater o machismo e o racismo, seja
nas universidades, seja em toda a sociedade. Precisamos de atividades
que integrem os estudantes e unam a comunidade universitária na luta por
uma universidade pública, democrática, gratuita e de qualidade!
Abaixo os trotes machistas e racistas!
Pela união da juventude na construção de um Brasil livre da opressão e do capitalismo!
Fonte: www.rebeliao.org/2013/03/20/racismo-e-machismo-nos-trotes-das-universidades/
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