“Mas é preciso ter força
É preciso ter raça
É preciso ter gana
sempre”
Milton
Nascimento
Nós mulheres somos
a maioria da população brasileira, mas estamos entre os que mais
sofrem. Desde que nascemos, nossos direitos são roubados: não temos
acesso à saúde e educação de qualidade, levamos nas costas as
obrigações domésticas e muitas de nós não têm emprego digno.
Quando conseguimos algum trabalho, nosso salário é, em geral, menor
do que o recebido pelos homens.
Na realidade, na
imensa maioria das famílias, a mulher sofre a escravidão doméstica.
É sobre ela que recaem as tarefas dos filhos, da alimentação, da
casa e de todo o mesquinho e pesado trabalho doméstico.
Também crescem os
casos de violência física e sexual contra as mulheres, incentivada
pela propaganda burguesa nos meios de comunicação, que apresentam a
mulher como objeto sexual ou uma mercadoria à venda.
Somente na última
década, 43,5 mil mulheres foram assassinadas no país. Não
bastasse, a cada 15 segundos, uma mulher é agredida no Brasil. Essas
agressões, em geral, são cometidas por pessoas do seu convívio:
namorados, maridos, irmãos ou pais, que expressam através da
violência a posse sobre a mulher.
Neste ano, a Lei
11.340, conhecida como Lei Maria da Penha, completa seis anos.
Importante conquista das mulheres, a Lei nasceu com o objetivo de
garantir proteção às mulheres em situação de violência, bem
como punir agressores e assassinos de mulheres. Porém, a pesquisa
“Mapa da Violência 2012 – homicídios de mulheres no Brasil”
mostrou que em todos os estados brasileiros, apesar da Lei, é grave
a situação de violência contra as mulheres.
A aprovação de
leis que colaborem com a emancipação da mulher é muito importante
para a mudança de comportamento da sociedade, porém, não é
suficiente. É preciso que as leis sejam cumpridas e, muitas vezes, a
Justiça age a favor dos agressores, deixando impunes aqueles que
agridem ou assassinam mulheres. Também o Estado se omite. Basta
olharmos que em mais de 5.500 municípios existem apenas 466
Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher, 190 Centros de
Referência (atenção social, psicológica e orientação jurídica)
e 72 Casas-Abrigos.
Por tudo isso, é
necessário que as mulheres se unam para combater a violência,
organizem atos e manifestações, exijam a prisão dos agressores e
assassinos e denunciem a cumplicidade do Estado e da Justiça com a
violência.
O 25
de novembro
é o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a
Mulher. É um importante momento para se intensificar a denúncia e o
combate à violência e para conscientizar todas as mulheres sobre a
necessidade de se organizarem e lutarem pelo fim de tais crimes e dos
abusos dos patrões capitalistas contra a mulher.
O Movimento
de Mulheres Olga Benario
surgiu para desenvolver essa luta e organizar as mulheres brasileiras
contra a opressão e por uma sociedade socialista, na qual a mulher
não seja uma mercadoria, mas respeitada e livre.
Não se cale!
Lute!
Pelos direitos
da mulher! Pelo socialismo!
Movimento
de Mulheres Olga Benario
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