Dentre
645 cidades no estado de São Paulo, este ano, elegemos 67 mulheres à
prefeitura . Estamos na 2ª colocação no ranking de estados que
mais elegeram prefeitas mulheres, em 1º lugar está Minas Gerais com
71 candidatas eleitas, entre 853 cidades. Temos menos de 11% de
representação feminina no comando das prefeituras de nosso estado,
porém vivemos em um país onde 51,04% de sua população é mulher
(IBGE – Censo 2010).
Apesar
de estar em vigor desde 1997, apenas em 2010 a Lei 12.034 passou a
ser exigida pelo judiciário, ou seja, apenas nessa eleição (para
prefeituras e câmaras municipais) tivemos a oportunidade de termos
como amparo a lei que estabelece que cada partido ou coligação,
deve preencher o mínimo de 30% para candidaturas de cada sexo.
Entretanto essa medida foi prejudicada pelo fatos de alguns partidos
utilizarem candidaturas fraudulentas para assegurarem os 30% ou não
seguirem medidas que asseguram a propaganda política feminina.
A
Lei dos Partidos Políticos determina que, na propaganda partidária
gratuita em rádio e televisão (a qual não se confunde com a
propaganda eleitoral, que é veiculada somente em época de eleição)
deve ser destinado ao menos 10% do tempo para a promoção e difusão
da participação política feminina (Lei 9.096/1995, artigo 45, IV).
Apoiados
nessa
lei,
o
TRE-SP(Tribunal
Regional
Eleitoral
de
São
Paulo)
condenou,
a
pedido
do
PRE-SP(Procuradoria
Regional
Eleitoral),
o
PV,
o
PSDB,
o
PT,
PTB,
o
PMDB,
o
PR
e
o
PDT
pela
insuficiência
do
tempo
destinado
pelos
partidos
à
promoção
e
à
difusão
da
participação
da
mulher
na
política
nacional.
A
baixa
eleição
de
mulheres
também
reflete
o
incentivo
à
candidatura
das
mesmas,
pois
tivemos,
segundo
dados
do
TSE(Tribunal
Superior
Eleitoral),
1.941
mulheres
concorrendo
à
prefeituras,
apenas
12,5%
do
total.
No
caso
do
pleito
às
Câmaras
Municipais,
tivemos
146.220
candidatas,
ou
32,5%
do
total.
Essa
foi
a
primeira
vez
que
o
número
de
candidatas
à
vereadora
ultrapassa
em
2,5%
o
mínimo
de
30%
exigido
em
lei.
Como
exemplo da falta de representação temos a região do grande ABC,
terceiro maior pólo econômico do país, onde não houve mulher
eleita a nenhuma das 7 cidades que compõe a região(Santo André,
São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão
Pires e Rio Grande da Serra).
Tivemos
um tímido crescimento de 2% em candidatas inscritas(segundo TSE), em
relação a eleição de 2008. As mulheres foram eleitas para
comandar prioritariamente cidades do interior e dentre as capitais,
apenas uma foi eleita. Ou seja, apesar dos dados demonstrarem um
aumento de representatividade e candidaturas de mulheres em
comparação com as eleições passadas, temos uma situação muito
distante da ideal.
Ainda
existe
um
tensionamento
de
não
inclusão
da
mulher
e
criação
de
barreiras
que
precisam
ser
quebradas,
principalmente
dentro
dos
partidos
que
têm
sido
um
dos
maiores
dificultadores
em
relação
à
propaganda
política
da
mulher
e
também
não
têm
incentivado
sua
participação.
As
mulheres sendo a maioria do país e tendo muitos direitos ainda
negados, precisam ser respeitadas para que possam participar cada
vez mais ativamente das eleições em nosso país. Precisamos de
mulheres trabalhadoras que possam defender o direito das mulheres no
Legislativo, como ampliação das creches, aberturas de mais casas
abrigo, delegacias de mulheres 24 horas, entre tantas outras
questões.
Bruna
Magno é integrante do Movimento de Mulheres Olga Benário de São
Paulo
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